Inspirada no slogan “Movendo o futuro”, a sexy (sagenária) Mercedes-Benz celebrou seus 60 anos de Brasil na semana passado com uma festa na sua fábrica em São Bernardo do Campo e com números impressionantes: 2.120.000 veículos comerciais produzidos no País (1.450.000 caminhões e 670.000 ônibus), mais de 2.900.000 motores fabricados no Brasil e 432.000 caminhões e ônibus exportados. A empresa tem veículos de 1 a 500 toneladas para todos os segmentos e um portfólio de veículos que transporta de uma pessoa, como automóveis, ou para mais de 200 passageiros, como o ônibus superarticulado; além de contar com um moderno Centro de Desenvolvimento Tecnológico de veículos comerciais.
Também como parte das comemorações, a Mercedes, em parceria com algumas empresas de transporte, está expondo em sua fábrica um caminhão L 7500 importado, ano 1952, da Covre; e um LP 331, de 1961, da Supermix, veículos utilizados ativamente na construção e desenvolvimento de Brasília e do Brasil. Ao lado deles, dois ônibus clássicos ganham destaque: um O 355 da Viação Garcia, que trouxe novo padrão de conforto ao transporte de longa distância e um O 321 do acervo da Mercedes-Benz, o primeiro monobloco do País. Completam a exposição uma Sprinter de 1997 e um roadster 190 SL.
Mas nas comemorações da fábrica há também espaço para o presente. A marca colocou num salão ao lado de onde estão expostos os veículos antigos, representantes do portfólio atual da Mercedes-Benz: o novo caminhão extrapesado Actros, que tem muitos sistemas de assistência à condução; o chassi de ônibus urbano O 500 U, referência no mercado; a van Vito na versão de passageiros luxo; o superesportivo de luxo AMG S 63 Coupé e o sedan Classe C 180 Exclusive, modelo que está em produção na nova fábrica da Empresa em Iracemápolis (SP), onde o SUV compacto GLA começará a ser produzido este ano.
E não faltou uma grande atração quando se fala de futuro: a marca trouxe da Alemanha o “Caminhão do Futuro 2025” que, por meio de várias tecnologias (que conectam os sistemas de assistência com sensores aprimorados do sistema Highway Pilot Connect), possibilita a condução autônoma (sem a necessidade de intervenção do motorista, que passará também a ser um gestor de transporte) e a operação interligada de veículos de um comboio por rodovias e estradas de longo percurso, que implica em mais segurança no trânsito e menor consumo de combustível e emissões de CO2.
Atualmente, a Mercedes trabalha no sentido de conectar o caminhão com a internet, possibilitando assim um contato permanente com todos os envolvidos com o transporte: motoristas, programadores, frotistas, oficinas, fabricantes e seguradoras ou autoridades, que recebem informações em tempo real: condições do cavalo mecânico e do semirreboque, do trânsito e das condições do tempo, disponibilidade de vagas de estacionamento em postos de serviço das estradas, áreas de descanso, entre outros.
“Nós da Mercedes-Benz estamos empenhados em tornar a condução autônoma pronta para a produção em massa até o final da década”, disse Stefan Buchner, chefe mundial da Mercedes-Benz Trucks. Infelizmente, Stefan estava falando de Europa, Estados Unidos e Japão. No Brasil, a tecnologia autônoma somente deve chegar depois que tivermos estradas “decentes”, bem sinalizadas (como os sensores vão ler placas e faixas mal pintadas, mal colocadas ou inexistentes?) e com boas condições.
Texto: Eduardo Aquino (Jornalista viajou a convite da Mercedes-Benz do Brasil)