Ford deixa o Brasil

A Ford acaba de anunciar que vai encerrar a produção nas plantas de Camaçari (BA), Taubaté (SP) e da Troller (Horizonte, CE) durante 2021. Segundo a empresa, o motivo do fechamento das fábricas acontece na medida em que a pandemia de Covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas.

Apesar disso, a montadora norte-americana, que está no Brasil desde 1919, portanto há 102 anos, garante que irá manter “assistência total ao consumidor com operações de vendas, serviços, peças de reposição e garantia para seus clientes no Brasil e na América do Sul”, diz o comunicado enviado nesta tarde. “A empresa também manterá o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí (SP), e sua sede regional em São Paulo”, complementa.

Impacto

Devido ao anúncio, a Ford prevê um impacto de aproximadamente US$ 4,1 bilhões em despesas não recorrentes, incluindo cerca de US$ 2,5 bilhões em 2020 e US$ 1,6 bilhão em 2021. Cerca de US$ 1,6 bilhão será relacionado ao impacto contábil atribuído à baixa de créditos fiscais, depreciação acelerada e amortização de ativos fixos.

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Os valores remanescentes de aproximadamente US$ 2,5 bilhões impactarão diretamente o caixa e estão, em sua maioria, relacionados a compensações, rescisões, acordos e outros pagamentos.

A empresa informa ainda que atenderá os consumidores na América do Sul com um portfólio de veículos conectados, e cada vez mais eletrificados, incluindo SUVs, pick-ups e veículos comerciais, provenientes da Argentina, Uruguai e outros mercados, ao mesmo tempo em que a Ford Brasil encerra as operações de manufatura em 2021.

Ou seja, a Ford do Brasil agora é apenas uma importadora. Entre esses veículos estão a Ranger produzida na Argentina, a nova Transit, o Bronco, o Mustang Mach 1.

O presidente e CEO da Ford, Jim Farley, lembra que a Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e eue essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável.

“Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global. Vamos também acelerar a disponibilidade dos benefícios trazidos pela conectividade, eletrificação e tecnologias autônomas suprindo, de forma eficaz, a necessidade de veículos ambientalmente mais eficientes e seguros no futuro”, afirma.

Plano Justo

A empresa irá trabalhar imediatamente em estreita colaboração com os sindicatos e outros parceiros no desenvolvimento de um plano justo e equilibrado para minimizar os impactos do encerramento da produção.

“Nosso dedicado time da América do Sul fez progressos significativos na transformação das nossas operações, incluindo a descontinuidade de produtos não lucrativos e a saída do segmento de caminhões”, disse o presidente da Ford América do Sul e Grupo de Mercados Internacionais, Lyle Watters.

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A Ford observou que avalia constantemente seus negócios em todo o mundo, incluindo a América do Sul, fazendo escolhas e alocando capital de forma a avançar em seu plano de atingir uma margem corporativa EBIT de 8% e gerando um forte e sustentável fluxo de caixa. Seu plano prevê o desenvolvimento e a oferta de veículos de alto valor agregado.

Assistência continua

Para tranquilizar os clientes da marca, Watters enfatiza que a marca está comprometida com a região para o longo prazo e continuará a oferecer assistência e cobertura de vendas, serviços e garantia.

A produção será encerrada imediatamente em Camaçari e Taubaté, mantendo-se apenas a fabricação de peças por alguns meses para garantir disponibilidade dos estoques de pós-venda. A fábrica da Troller em Horizonte continuará operando até o quarto trimestre de 2021. Como resultado, a Ford encerrará as vendas do EcoSport, Ka e T4 assim que terminarem os estoques. As operações de manufatura na Argentina e no Uruguai e as organizações de vendas em outros mercados da América do Sul não serão impactadas.

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