Embora não pareça, o Honda WR-V é a versão aventureira urbana do Fit, com nova frente e traseira. Do monovolume, ele herda o bom espaço interno e a modularidade dos bancos e ganha melhor dirigibilidade, com destaque para a boa estabilidade. Por outro lado, o câmbio CVT é o mesmo que deixa as retomadas de velocidade muito barulhentas e sem muito entusiasmo.
De olho no bom desempenho que os utilitários-esportivos, os crossovers e as versões aventureiras estão tendo no mercado brasileiro, incluindo seus próprios modelos (HR-V e CR-V), a Honda criou o WR-V que, embora se pareça muito pouco com o Fit na frente e na traseira, é uma versão aventureira do monovolume. O projeto foi liderado pela equipe de Pesquisa e Desenvolvimento da Honda Automóveis do Brasil, com a devida “benção” da matriz japonesa. Ele é vendido em duas versões (EX e EXL), ambas com motor 1.5 i-VTEC FlexOne e câmbio CVT (continuamente variável).
Por fora, o WR-V não se parece muito com o FIT. Na frente, a grade (com barra cromada e tela do tipo colmeia), os faróis (maiores e com desenho diferente), o capô (mais encorpado) e o para-choque (com acabamentos plásticos que imitam protetores) são bem diferentes. Na traseira, mais diferenças: lanternas com novo formato, mais horizontalizado; barra cromada acima da placa e para-choque com novo desenho e os mesmos acabamentos do dianteiro. De perfil, eles são muito parecidos, exceto pelas coberturas plásticas nos arcos das rodas e soleiras.
No interior, o painel é praticamente o mesmo do Fit, com instrumentos (analógicos e digitais) de fácil leitura. O volante de três raios tem boa pega, revestimento em couro e abriga os comandos do som, do sistema viva-voz e do controle automático de velocidade. O sistema multimídia da versão que avaliamos (a EXL) tem tela de sete polegadas com GPS, navegador de internet via hotspot e conectividade via Bluetooth, cartão SD e duas entradas USB. Quando a pintura externa é vermelha, os bancos podem ter detalhes em laranja na forração e na costura.
Em termos de espaço, o banco traseiro acomoda bem três adultos e o porta-malas tem uma capacidade (393 litros) compatível com a proposta do carro. Um dos aspectos positivos é a modularidade, herdada do Fit. O rebatimento do banco traseiro transforma o WR-V num minifurgão, com capacidade cúbica de 1.000 litros, possibilitando o transporte de objetos mais longos, como uma escada pequena, móveis etc. Outro detalhe que chama a atenção é o bom número de porta-objetos (console central, painel e laterais de porta).
A lista de equipamentos de segurança da EXL inclui apoios de cabeça e cintos de três pontos para todos os ocupantes, sistema Isofix com dois pontos no banco de trás para fixação de cadeiras infantis, airbags laterais e do tipo cortina, estrutura de deformação progressiva da carroceria (ACETM, sigla em inglês de Advanced Compatibility) e barras de proteção nas portas. Embora não seja um SUV, e não tenha bloqueio eletrônico de diferencial e nem pneus de uso misto, o WR-V se portou bem em estradas de terra devido à boa altura do solo (20,7cm) e à robustez da suspensão, que reagiu bem às imperfeições do piso. Agora, um controle de estabilidade e tração cairia muito bem.
O WR-V tem exatamente o mesmo motor do Fit (1.5, com sistema i-VTEC, que controla eletronicamente a sincronização e abertura de válvulas), que gera potências de 115cv (gasolina) e 116cv (etanol) e torques de 15,2kgfm (gasolina) e 116cv (etanol). O câmbio também é o CVT (continuamente variável). O conjunto 1.5/CVT não empolga, mas dá conta do recado. O que incomoda é o barulho, já que o fôlego do motor chega em altas rotações.
Com gasolina, ar ligado, em estrada de mão dupla com poucas subidas e rodando sem pressa, o computador de bordo registrou consumo médio de 13,8km/l. A direção é bem calibrada, tanto para manobras quanto para altas velocidades. A suspensão equilibra bem conforto e estabilidade. A visibilidade também agrada e o motorista conta com o auxílio do sistema de câmera de ré, que ajuda bem nessas manobras.
Texto e fotos: Eduardo Aquino
Ficha Técnica
Motor – Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 1.493cm³ de cilindrada, que gera potências de 115cv (gasolina) e 116cv (etanol) e torques de 15,2kgfm (gasolina) e 15,3kgfm (etanol)
Câmbio – Do tipo CVT (continuamente variável)
Suspensão – Dianteira, do tipo McPherson; e traseira, eixo de torção
Freios – Discos ventilados na dianteira e tambor na traseira
Direção – Assistência elétrica
Dimensões – Comprimento, 4,00m; largura, 1,73m; altura, 1,60m; e entre-eixos, 2,55m
Porta-malas – 363 litros
Tanque – 45 litros
Peso – 1.130 quilos
Preços – EX, R$ 79.400; e EXL, R$ 83.400.
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