Código de Trânsito Brasileiro prevê aumento no valor das multas a partir de novembro em até 300%, caso da infração relativa a utilizar o telefone celular ao volante; especialista alerta que um dos caminhos para aumentar a segurança no trânsito é a melhor formação dos motoristas.
Aviso aos desavisados: as multas de trânsito vão ficar mais caras a partir de novembro, no mínimo 53%. Mas algumas o valor vai subir mais ainda, como utilizar o celular ao volante: 300% de reajuste, passando de R$ 85,13 para R$ 293,47. Estra infração, especificamente, é a maior novidade do Código de Trânsito Brasileiro. A partir do mês que vem, falar e guiar ao mesmo tempo passará de média a gravíssima, ou seja, de quatro para sete pontos.
De acordo com pesquisas realizadas pela Universidade de Utah, nos Estados Unidos, manusear o celular enquanto dirige aumenta em até 400% a possibilidade do condutor se envolver em algum acidente.
A especialista em segurança no trânsito e responsável pela área de educação do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), Roberta Mantovani vai mais além e alerta que acidentes decorrem de decisões tomadas em segundos. “Para digitar uma mensagem de texto o motorista desvia a atenção da condução por diversos segundos. Ao desviar a atenção para ler uma mensagem serão, no mínimo, cinco segundos. Se ele estiver a 80 km/h, terá percorrido aproximadamente 100 metros sem ver o que está acontecendo do lado de fora do carro”, explica.
As distrações ao volante abrangem quatro dimensões, segundo a especialista. São elas: visuais (quando o condutor desvia o olhar da via para realizar alguma tarefa alheia à direção, como ler uma mensagem ou olhar para o telefone com o objetivo de atender uma ligação); cognitiva (ao pensar sobre algum assunto ao qual está falando ao telefone, prejudicando a reação frente alguma necessidade no trânsito); física (quando o motorista tira uma das mãos do volante para executar tarefas como discar um número no telefone ou digitar uma mensagem de texto); e auditiva (a atenção do motorista volta-se para os sons do telefone, provocando perda de percepção auditiva de uma sirene ou buzina de outro veículo, por exemplo).
“Para que o condutor faça escolhas seguras é preciso que tenha a percepção do risco envolvido nas mais diversas situações de trânsito, entre elas aquelas que envolvem as distrações ao dirigir. Estimular uma cultura de autoproteção e autocuidado contribui para a construção dessa percepção de risco. É preciso investir em política de segurança viária, melhorando permanentemente as leis, fiscalizando, formando, melhorando a segurança dos veículos e das vias e ainda o atendimento aos eventos de trânsito”, salientou Roberta.
Na sua opinião, um dos caminhos para aumentar a segurança no trânsito é a melhor formação dos motoristas. “É preciso atentá-los quanto aos riscos de alguns comportamentos durante a condução. Para tal, a tecnologia contribui de modo fundamental para a conscientização e preparação”, acrescenta.
Desta maneira, a especialista defende o uso do simulador de direção veicular durante o aprendizado, pois o equipamento permite que o condutor experimente com segurança como o uso do celular ao volante, por exemplo, prejudica a atenção.
Fotos: Divulgação
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