“Você ainda terá um carro elétrico. E isso será mais rápido do que você imagina”. Foi assim que Marcos Munhoz, vice-presidente da General Motors Mercosul, encerrou apresentação na 15ª edição do Veículo Elétrico Latino-Americano, mostra anual dedicada à eletrificação da indústria automotiva, semana passada, em São Paulo.
Nunca fez tanto sentido deixar de enxergar o carro elétrico como algo de um futuro distante para encará-lo como uma realidade do presente. Inclusive, e agora, principalmente, no Brasil.
e-Consórcio
A Volkswagen Caminhões e Ônibus deu um passo ousado no sentido da eletrificação: anunciou a criação de um consórcio modular, sistema de produção criado há vinte anos por ela mesma, exclusivo para componentes elétricos.
A ideia é reunir oito fornecedores em uma linha de produção paralela à dos modelos a combustão para construir módulos e incorporar componentes dos sistemas elétricos nos caminhões e ônibus produzidos em sua fábrica de Resende, na região sul-fluminense.
Já no ano que vem. O e-Delivery, versão elétrica do tradicional modelo da Volkswagen, começará a ser produzido já no ano que vem. O motor elétrico será fornecido pela WEG.
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Cliente garantido
Desde o ano passado uma versão do modelo elétrico roda em testes em parceria com a Ambev, que faz o transporte de bebidas com o caminhão. Já percorreu mais de 15 mil quilômetros, deixando de soltar 11 toneladas de CO2 na atmosfera e consumir 3,3 mil litros de diesel. A companhia encomendou 1,6 mil e-Delivery para a sua frota.
Para frotistas
Mais contida, a Caoa Chery importou da China 130 Arrizo 5E, a versão movimentada com motor elétrico do sedã, para vender a frotistas, taxistas e locadoras. Outros 100 chegarão em janeiro ao consumidor por R$ 159,9 mil.
Produção nacional?
Dependendo da aceitação do público o modelo poderá ser produzido na fábrica de Jacareí (SP). Segundo o presidente Marcio Alfonso, o investimento necessário não é tão elevado: basta instalar uma linha paralela para a instalação do powertrain elétrico. A Caoa Chery tem disposição em fazê-lo, mas dependerá da resposta do brasileiro.
Na pauta dos fornecedores
O recado de Miguel Fonseca, vice-presidente da Toyota do Brasil, aos fornecedores foi claro: está na hora de colocar as tecnologias híbridas e elétricas em seus planos futuros. Quem não fizer isso, não sobreviverá.
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Tudo importado
A Toyota produz o Corolla híbrido flex em Indaiatuba, SP, mas importa todos os componentes do powertrain do Japão.
Contra-ataque
Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados pretende dificultar a vida das locadoras na hora de revender os carros: quer a cobrança de ICMS proporcional na operação da venda dos seminovos com menos de 24 meses de uso. Hoje a isenção ocorre a partir dos 12 meses.
A favor
49% dos 234,8 mil automóveis e comerciais leves licenciados em setembro foram comercializados por meio de venda direta, segundo a Fenabrave, associação que representa as concessionárias de veículos. Que, claro, defende o PL.
Sustentando o crescimento
O varejo de veículos leves cresceu apenas 2,9% de janeiro a setembro. As vendas diretas subiram 16,8%.
Água no chope
Uma fonte soprou: está bem distante o acordo da Caoa com a Ford pela compra da fábrica do Taboão, em São Bernardo do Campo, SP.
Edição: Leandro Alves e André Barros.
Colaboraram: Bruno de Oliveira e Caio Bednarski
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