O programa do governo Rota 2030, que prevê benefícios, incentivos para as montadoras que investirem em pesquisa e desenvolvimento, vai exigir novas habilidades profissionais do segmento automotivo. A constatação é do consultor Gabriel Almeida, da Fesa Group, para quem as novas regras passarão a requisitar visão mais generalista, interação multidisciplinar, colaboração, idioma, tomada de decisão e flexibilidade.
Afinidade com tecnologia
Para ele, apesar das facilidades e confiabilidades que a tecnologia proporciona, o profissional precisará cada vez mais ter conhecimentos técnicos (formação, cursos e/ou especializações) para tomar as melhores decisões.
“Com a conectividade entre áreas e países, o idioma é fundamental para fortalecer as relações e compartilhamento de informações. Além de ter a flexibilidade para avaliar o ponto de vista dos seus interlocutores, multiculturais”, observa.
Revoluções industriais
O segmento automotivo foi protagonista nas últimas revoluções industriais e vai se transformar ainda mais com a Indústria 4.0 – considerada a quarta Revolução Industrial.
Não apenas com a automação física dos processos, mas com o aumento do processamento de dados e controles, por meio da inteligência artificial, machine learning, deep learning.
“Cada vez mais os profissionais serão desafiados pela tecnologia e inovação dentro do segmento automotivo”, acrescenta o consultor.
Mudança de perfil
A busca por perfis adequados ao momento de transformação já é uma realidade.
Nos primeiros meses de 2018, a Fesa Group teve um aumento de 14% no volume de posições feitas frente ao ano anterior, exclusivamente na indústria automobilística, considerando tanto posições de média gerência quanto altos executivos. As áreas mais demandas foram as de Engenharia, Tecnologia, Marketing e Recursos Humanos.
Essa mudança no perfil, salienta o consultor, também está relacionada ao desafio que o mercado automobilístico enfrenta do ponto de vista de mobilidade.
“Nota-se uma tendência das novas gerações de não ter pretensão de adquirir o próprio veículo, o que faz com que as empresas tenham que repensar o modelo de negócios e se adaptar às novas demandas”, avalia.
Bases do programa
O Rota 2030 substitui o antigo Inovar Auto e deve entrar em vigor nos próximos meses.
A definição das bases do projeto vem na esteira da retomada do crescimento da indústria depois de anos de grave recessão. Em 2017, o mercado automotivo brasileiro cresceu 9,36% em número de veículos novos emplacados versus 2016, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
A tendência de alta se manteve nos primeiros meses deste ano. De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a produção e o licenciamento de veículos registraram crescimento de 15% de janeiro a março de 2018, comparando com o mesmo período do ano passado.
Fotos: Fesa Groupe e Pixabay/Divulgação
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