FCA vai investir R$ 14 bi

O Grupo FCA, que engloba as marcas Fiat e Chrysler, anunciou esta semana investimentos de R$ 14 bilhões para a América Latina, que inclui uma renovação completa das linhas das duas marcas, que prevê o lançamento de “novos” 25 veículos, sendo 15 da Fiat e 10 da Jeep. Esta semana, em entrevista aos jornalistas, o presidente da FCA – Fiat Chrysler Automobiles para a América Latina, Antonio Filosa, falou sobre esta “nova injeção de ânimo”.

Há apenas três meses no cargo, o engenheiro italiano Antonio Filosa, de 44 anos, ingressou no Grupo Fiat em 1999, passando pelas áreas de Manufatura, Compras e Supply Chain, Novos Produtos, Marketing e Gestão de Projetos, ocupando cargos na Espanha, Estados Unidos, Itália, Argentina e Brasil. Chegou à planta da Fiat em Betim (MG) em 2006, onde exerceu os cargos de gerente de Logística Interna, de Planejamento Estratégico e de Compras, além de diretor-adjunto de Manufatura. Foi diretor de Compras para a América Latina e atualmente também é o diretor-geral da FCA Argentina.

Esta semana, em entrevista coletiva aos jornalistas, Antonio Filosa anunciou um novo fôlego para o Grupo na América Latina, com investimento de R$ 14 bilhões, que inclui renovação de modelos, melhoria nos processos de produção e aposta na “eletrificação”.

 

Antonio Filosa, presidente da FCA – Fiat Chrysler Automobiles para a América Latina
Antonio Filosa, presidente da FCA – Fiat Chrysler Automobiles para a América Latina

 

Você poderia detalhar um pouco como será feito o investimento de R$ 14 bilhões?

Antonio Filosa – A maior parte será investida no Brasil, nas fábricas de Betim (MG) e Goiana (PE). Vamos aumentar a nacionalização dos modelos, otimizar e modernizar os processos de produção (inserção das fábricas no mundo digital e implantação da “Indústria 4.0”), aumentar a nossa base de fornecedores (sobretudo na unidade pernambucana, onde pretendemos ampliar a capacidade produtiva anual de 250 mil para 350 mil unidades) e promover a renovação completa da linha.

 

Qual é a sua expectativa para o resultado desse investimento?

Antonio Filosa – Com essas novas ações, esperamos que as vendas do Grupo FCA na América Latina passem de 700 mil veículos por ano para 1 milhão de unidades. Acredito que com esse investimento deveremos voltar, nos próximos anos, à liderança do mercado brasileiro.

 

Poderia falar um pouco sobre a renovação dos modelos?

Antonio Filosa – Nossa intenção é lançar 25 novidades nos próximos cinco anos. Desse total, 15 serão modelos da marca Fiat e 10 da Jeep. Tendo em vista um dos segmentos que mais cresce no Brasil, dentre a marca Fiat, três serão utilitários-esportivos “leve”, ou seja, mais voltados para o asfalto, sem tração nas quatro rodas; e, na Jeep, vamos lançar um SUV de maior porte, para sete ocupantes e com tração nas quatro rodas. A nossa previsão é de que esses modelos comecem a chegar ao mercado no segundo semestre de 2019. Também estamos trabalhando em versões aventureiras do Argo (produzido na fábrica de Betim) e na renovação do Cronos (que é feito na Argentina), e em uma picape de grande porte com a marca RAM, que pretendemos introduzir no Brasil.

 

Essa renovação inclui adoção de motores turbo, direção autônoma e um processo de eletrificação?

Antonio Filosa – Sim, e esse processo está previsto dentro do nosso plano global de investimentos, que prevê tanto a eletrificação como a automação dos nossos modelos. Acredito que o Brasil tem uma imensa vantagem com o etanol, que pode ser um componente fundamental no processo de produção de carros híbridos e na implantação de novas tecnologias, como a célula de combustível. Também vamos investir mais na tecnologia dos motores turbo, em mais opções com câmbio automático e em modelos ainda mais conectados. Muitos clientes querem um smartphone com rodas.

 

Você ressaltou que a aprovação do programa brasileiro Rota 2030 (que reúne incentivos do governo para o setor automotivo) seria uma premissa para esse investimento. Qual a sua expectativa sobre esse programa?

Antonio Filosa – Acredito que o programa Rota 2030 pode gerar um desenvolvimento muito importante para a indústria automobilística brasileira nos próximos anos. Além da aprovação do Rota 2030, também esperamos concluir de forma positiva as negociações que estamos fazendo com os governos estaduais.

 

Texto: Eduardo Aquino (*)

Fotos: FCA/Divulgação

(*) Jornalista viajou a São Paulo a convite da Fiat Chrysler Automobiles (FCA)

 

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