Depois de assistir a concorrência trazer modelos mais modernos tecnologicamente e mais bonitos, a Nissan finalmente botou a mão na massa e inicia, neste mês de março, a comercialização no Brasil da nova versão da Frontier. Ele chega para combater, de frente, no segmento de pick-ups médias, hoje dominado pela Chevrolet S10 e Toyota Hilux. Importada do México, a Frontier está mais robusta, mais conectada e tecnológica – e bem atraente por dentro e por fora.
Esta é a 12ª geração da Frontier no mundo, que já vendeu 14milhões de unidades desde 1934 em 180 países. Na América Latina, oito gerações passaram por 33 países (incluindo o Brasil) e oito gerações, há 56 anos com a marca de 2 milhões de unidades comercializadas. E é nesta tradição que a Nissan se baseia para conquistar os consumidores que queiram pagar R$ R$ 166.700 por uma pick-up completíssima – apenas a pintura metálica (que custa R$ 1.550,00) é opcional, além de alguns acessórios originais que devem ser pagos a parte.
No Brasil, a Frontier ficou mais famosa na época da campanha publicitária dos “Pôneis Malditos” (quem se lembra?), mas que não serviu para consolidá-la no mercado. Agora, a Nissan espera ser diferente: vai importar cerca de 3 mil unidades em 2017, a fim de preparar o terreno para a versão a ser produzida na Argentina a partir do ano que vem.
O volume é considerado suficiente pelos executivos da empresa, ainda mais neste tempo de crise. “A Frontier e o Kicks, entre outros produtos que vamos vender no Brasil, mostram que a Nissan vai continuar acelerando no Brasil, apesar do momento delicado pelo qual passamos”, observou o gerente de marketing de produto da empresa, Alan Ponce, durante o lançamento do modelo em Tuiuti (SP).
Para ele, a nova Frontier, em especial, possui características que a deixaram bem mais competitiva no segmento de pick-ups voltadas para o trabalho, uma de suas vocações. Citou, por exemplo, a adoção de corrente em vez de correia dentada no motor como diferencial do veículo ao ser adotado na mineração, atividade econômica de extrema importância no País, com destaque para os estados de Minas e Pará.
O pó de minério, muito abrasivo, quando entra em contato com as peças internas do motor é devastador. Portanto, pick-ups com correia dentada sofrem desgastes prematuros, enfim, não aguentam o tranco.
Ao todo, a Frontier recebeu 30 melhorias detectadas durante os testes regionais realizados no seu desenvolvimento. Outro importante, ressaltado pelo coordenador de engenharia de produto da Nissan Juliano Sigel, é uma tecla no lado esquerdo do painel, perto da porta do motorista, que permite a regeneração do filtro particulado de diesel (DPF). Este componente do sistema de escape vem sempre depois do catalisador e serve para segurar as partículas características de motores a diesel. Segundo ele, para garantir a maior eficiência, a limpeza do filtro é necessária como parte da manutenção periódica.
Outros conteúdos presentes na Frontier também merecem ser realçados, por serem mais comuns nos carros. Entre eles estão o Controle Inteligente de Descida (HDC) e o Sistema Inteligente de Partida em Rampa (HSA), que atuam nos freios para controle em descidas. O HSA, em especial, não deixa a pick-up de “andar para trás” quando está em um aclive, impedindo-a de bater em outro veículo ou qualquer objeto.
Já as descidas, mesmo em trechos off-road, são controladas pelo HDC, que atua até a velocidade máxima de 25 km/h, sem que o condutor tenha de tocar no pedal do freio. O sistema usa o ABS e EBD para controlar a velocidade de cada roda. Complementando a sopa de letrinhas está o LSD, um limitador de diferencial que aumenta o controle do veículo e evita que as rodas patinem.
Sob o capô da Frontier são 190 cv gerados por um motor 2.3 litros biturbo, a diesel, que é 10 quilos mais leve que a geração anterior, garante o fabricante (veja as características técnicas no infográfico abaixo). A Nissan destaca que a pressão do óleo é melhorada, por causa do controle elétrico que reduz possíveis perdas causadas por fricção e torna o veículo mais econômico.
Em trechos fora de estrada, o torque e potência máximas do motor chegam em baixas rotações para entregar a força quando necessário, explica a montadora. O câmbio é automático de sete velocidades, que possui o modo sequencial para trocas manuais.
A suspensão traseira é um diferencial no caso da nova Frontier. Enquanto todos os modelos do segmento usam feixe de molas, a pick-up da Nissan tem sistema multilink com molas helicoidais, que trabalha em conjunto com um eixo rígido. A ideia é ter mais estabilidade mesmo quando está sem carga, reduzindo – não acabando – com o “pula pula” tão comum neste tipo de veículo.
A Frontier também é nova por dentro e por fora. Sua aparência está mais “musculosa”, com faróis em forma de bumerangue. Já o interior, com acabamento em couro, está mais confortável (cabine 874 mm mais alta) -, tem bancos dianteiros com regulagem elétrica e tecnologia chamada de “Gravidade Zero”, ou seja, tem possibilidades maiores de posicionamento para favorecer motoristas de vários biótipos.
O quadro de instrumentos mostra todo tipo de informações de forma digital e há uma tela de 6,2 polegadas ao centro do painel, que traz o conceito dos tablets, pois opera de forma independente, sem a necessidade do “espelhamento” de um smartphone.
Nesta tela está o Multi-App da Nissan, um sistema multimídia com diversas funcionalidades: pode-se acessar a internet (serviço com custo à parte); conectar o celular para atender ligações por viva-voz (via Bluetooth); ouvir música por meio da conexão com iPod, streaming, rádio ou arquivos digitais de mp3; tocar CDs e DVDs; além de visualizar fotos e vídeos.
Outras comodidades da nova Frontier são o banco do motorista com cinco ajustes elétricos e ar-condicionado digital dual zone – controle do ar e intensidade independente para motorista e passageiro da frente -, além de saídas para a parte traseira da cabine.
Fotos: Auto Mais/Nissan/Divulgação
Texto: Luís Otávio Pires, enviado especial a Tuiuti (SP) a convite da Nissan
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