Esquecido no fundo do porta-luvas pela maioria dos donos de veículos, livreto traz informações fundamentais do fabricante para o melhor funcionamento de todos os sistemas e conjuntos da máquina; especialista cita os pneus como um dos itens mais negligenciados.
Pode parecer óbvio, mas mesmo assim muita gente ainda despreza: deixar ler o manual do proprietário pode representar um perigo. Afinal, é naquele livreto, que normalmente fica jogado no fundo do porta-luvas, onde se encontram as principais e as melhores respostas sobre o veículo e seu funcionamento, conforme determinação dos fabricantes.
A checagem da data correta para a troca de óleo, como higienizar do ar condicionado e analisar os sistemas de arrefecimento e freios, quando devem ser feitos o alinhamento e balanceamento de pneus – tudo isso e muito mais estão lá. Mesmo assim, alguns donos de veículos ainda acham que abastecer o tanque e lavar a lata são suas únicas obrigações.
Eles se esquecem que um automóvel recebe peças específicas para entregar desempenho, economia e durabilidade quando é projetado. E se as instruções descritas nas páginas não forem seguidas, é prejuízo na certa para o carro e para o bolso.
“A grande maioria dos brasileiros não tem o costume de ler o manual do carro e por isso acaba deixando passar pequenos detalhes que prejudicam a manutenção e aumentam os riscos de quebras e acidentes”, alerta o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de Pneus (Abrapneus), Dirceu Delamuta.
Com mais de 30 anos de atuação no setor automotivo, o dirigente cita como exemplo os pneus, como os itens mais negligenciados pelos proprietários. “O público tem a ideia de que apenas manter os pneus calibrados os mesmos já estão bem cuidados. Mas será que somente isso é necessário para garantir segurança e desempenho?”, indaga.
Segundo ele, o pneu é um (se não o) dos principais itens de rodagem de um carro. “Se o conjunto está desgastado, não há EBD, ABS ou ESP que seja eficiente em situações de emergência. Economia de combustível então, praticamente inexistente. Por isso, entender as siglas e números descritos no próprio pneu e nos textos do manual do veículo é fundamental para uma dirigibilidade segura”, ensina.
Nesta sopa de letrinhas automotiva, Delamuta destaca o índice TWI, que mede o desgaste do pneu. Trata-se de um simples sinal no material que indica o momento certo para a troca do item, mas é ignorado por muitos motoristas que não entendem a função do indicador ou sequer sabem da sua existência.
Mas no manual do veículo, os cuidados com os pneus vão além do indicador TWI. O conteúdo explica os ângulos corretos de alinhamento e balanceamento, a pressão da calibragem, o modelo e medidas ideais para que o carro tenha um bom desempenho. “Há mesmo termos técnicos complicados para um leitor comum, todavia, os centros automotivos especializados em serviços treinam seus profissionais para seguirem o passo a passo da fabricante, e que podem ajudar em casos de dúvidas”, acrescenta.
O dirigente cita estudos para comprovar a importância da leitura do livreto. Eles apontam que 25% dos motoristas circulam com pressão dos pneus abaixo do recomendado pelo fabricante e indicam que 0,2 bar (cerca de 3 libras) abaixo da pressão recomendada pelo fabricante reduz em até 10% a vida útil do pneu. “Se a pressão ficar 0,4 bar (ou quase 5,8 libras) abaixo do recomendado, a vida útil do pneu pode cair até 25% e o consumo de combustível subir uns 2%”, assinala.
Fotos: Ímpares On-Line, Fiat Automóveis, Abrapneus/Divulgação
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